River Plate 2x1 Cruzeiro - 28/07/1976
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Por Copa Libertadores da América | |||
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No estádio Monumental de Núñez | |||
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Contra River Plate | |||
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Data: quarta-feira, 28 de julho de 1976
Local: Buenos Aires, Argentina
Estádio: Monumental de Núñez
Árbitro: José Martínez Bazan
Assistente 1: César Orozco
Assistente 2: Alberto Martínez
Público pagante: 90.000
Público Presente: Não disponível
Renda Bruta: ARS $ 653.331,00 R$ 653.331 <br />Cr$ 653.331 <br />NCr$ 653.331 <br />Cz$ 653.331 <br />NCz$ 653.331 <br /> (preço médio: ARS $ 7,26 )
River Plate
1. Luis Landaburu
2. Pablo Comelles
3. Roberto Perfumo 11' (2T)
4. Daniel Passarela
5. Héctor López 16 (1T) ( Héctor Artico )
6. Juan José López 9' (1T) 34' (2T)
7. Reinaldo Merlo
8. Norberto Alonso
9. Pedro González 30' (2T)
10. Leopoldo Luque
11. Oscar Más 24 (2T) ( Alejandro Sabella )
Técnico: Ángel Labruna
Cruzeiro
1. (T) Raul
9. (T) Nelinho
3. (T) Moraes
12. (T) Darci Menezes
6. (T) Vanderlei
13. (T) Piazza
8. (T) Zé Carlos
11. (T) Eduardo Amorim 35' (2T) ( 16.(R) Ronaldo Drummond )
7. (T) Jairzinho 11' (2T)
5. (T) Palhinha 2' (2T)
10. (T) Joãozinho
Técnico: Zezé Moreira
Resumo do Jogo[editar]
O Cruzeiro foi pra Argentina sabendo que enfrentaria uma guerra. Ainda que o Monumental de Nuñez não fosse acanhado como os estádios de Avellaneda e de Rosario, onde o time sucumbira no ano anterior, o clima seria de pressão total, com 90 mil torcedores cantando e empurrando seu time. Dentro de campo, a catimba dos argentinos.
Um empate garantia o título. Em caso de derrota, por qualquer placar, haveria um terceiro jogo, já que o saldo de gols não era critério de desempate.
Em entrevista à Placar, Zezé Moreira falou sobre o que esperava do jogo:
“Eles farão mais ou menos o que realizaram aqui no segundo tempo, quando estavam perdendo por 3×0. Se desdobraram, exercendo uma forte pressão sobre a nossa defesa, mas fomos nós que marcamos um gol. Lá em Buenos Aires, eles partirão assim no primeiro tempo e temos meios para surpreendê-los.”
Zezé tinha razão. Na quarta-feira, 28jul76, o River começou pressionando. Mesmo sem Fillol, contava com as voltas de Passarella e Beto Alonso, seu maior talento. E abriu o placar aos 9 minutos, em cobrança de falta de JJ López.
Depois do gol, o Cruzeiro teve grande chance com Jairzinho, que ficou cara a cara com Landaburu, chutou em cima dele, pegou o rebote e mandou por cima do gol ao tentar encobrir Perfumo, que fazia a cobertura.
A pressão seguiu e o Cruzeiro não estava bem. Piazza errava passes e obrigava Zé Carlos a se desdobrar pra dar conta do trio Merlo, López e Alonso. No ataque, Jairzinho e Palhinha não conseguiam tramar jogadas e Joãozinho era bem marcado por Comelles. Mas a defesa segurou o rojão e o River teve poucas chances reais no 1º tempo.
No 2º tempo, o Cruzeiro voltou fulminante e, logo aos 2 minutos, Palhinha concluiu pras redes uma jogada de Piazza, Zé Carlos e Jairzinho, que trocaram passes curtos. O time cresceu com o empate, mas quando jogava melhor e dava a impressão de que poderia vencer, Jairzinho se envolveu numa discussão com Perfumo e ambos foram expulsos.
Jairzinho ficou inconformado:
“O juiz fez tudo premeditadamente. Não queria que eu jogasse e me expulsou. Não posso acreditar: foi muito castigo para uma falta que não houve. O Perfumo e eu estávamos discutindo – essas coisas que dentro de campo acontecem normalmente. Falava pra ele que jogar do jeito que estavam jogando era deslealdade: pegavam a gente sem bola, despistando, e a gente não podia fazer nada para não ser expulso. Cuspiram na minha cara o tempo todo. O pior é que eles agradeceram muito o tratamento, a lealdade com que foram recebidos em Belo Horizonte e retribuíram com pedras. O Perfumo, na hora da expulsão, estava me dizendo que era aquilo mesmo: “Nós temos que ganhar essa de qualquer maneira e vamos ganhar”. Mesmo bem na partida, o Cruzeiro acabou sofrendo o segundo gol, em um lance que traduz o que era jogar na Argentina naqueles tempos com toda a pressão e intimidação sofrida pelos adversários e pelo juiz.
Aos 30, Luque chutou à queima-roupa, Raul espalmou, a bola subiu e caiu na pequena área. Vanderlei, que tentava tirar, foi seguro acintosamente pelo centroavante e Pedro Gonzalez, com o corpo, empurrou a bola pra dentro do gol. Qual juiz no mundo teria coragem de anular o lance?
Nos acréscimos, quando o River jogava com nove depois da expulsão de JJ López, o Cruzeiro perdeu boa chance de empatar, aos 48, quando Nelinho cruzou e Palhinha, na pequena área, errou a cabeçada.
Depois do jogo, Zezé desabafou:
“Os argentinos fazem de tudo dentro de campo. São sujos, desonestos. Vale tudo pra não perderem no campo deles. Esse jogo foi uma lástima. Se tivesse jogado assim antes, o Cruzeiro teria sido eliminado no Paraguai.”
Fonte[editar]
- Livro Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube 1921-2013- RIBEIRO, Henrique - Caxias do Sul-RS: Editora Belas Letras Ltda., 2014. 405 p.