River Plate 2x0 Cruzeiro - 28/10/1992
Confrontos (clique no jogo para navegar) | |||
---|---|---|---|
Por temporada | |||
| |||
Por Supercopa Libertadores | |||
| |||
No estádio Monumental de Núñez | |||
| |||
Contra River Plate | |||
|
[edit]
Data: quarta-feira, 28 de outubro de 1992 às 21:30
Local: Buenos Aires, Argentina
Estádio: Monumental de Núñez
Árbitro: Enrique Marín
Assistente 1: Ivan Guerrero
Assistente 2: Carlos Robles
Público pagante: Não disponível
Público Presente: Não disponível
Renda Bruta: $ 317.970,00 R$ 317.970 <br />Cr$ 317.970 <br />NCr$ 317.970 <br />Cz$ 317.970 <br />NCz$ 317.970 <br />
River Plate
1. Ángel Comizzo
4. Fabián Basualdo
3. Fernando Cáceres
16. Diego Cocca
3. Ricardo Altamirano
8. Gustavo Zapata
15. Javier Claut 24'(2T) ( 11. Julio César Toresani )
10. Rubén da Silva
7. Ramón Medina Bello
9. Ramón Díaz 42 (2T)
19. Ariel Ortega 1'(2T) ( 20. Walter Silvani 46 (2T) )
Técnico: Daniel Passarella
Cruzeiro
1. (T) Paulo César Borges
2. (T) Paulo Roberto
4. (T) Célio Lúcio
3. (T) Luizinho 35' (2T)
6. (T) Nonato
8. (T) Douglas
10. (T) Boiadeiro 39' (2T)
17. (T) Luís Fernando Flores
9. (T) Betinho 36' (2T) ( 22.(R) Adilson Batista )
7. (T) Renato Gaúcho
11. (T) Roberto Gaúcho 37' (2T) ( 16.(R) Édson )
Técnico: Jair Pereira
River Plate
12. Adolfo Zeoli
6. Jorge Balbis
21. Jorge Vázquez
Cruzeiro
12. (B) Gilberto
14. (B) Cleison
21. (B) Rogério Lage
Cobranças de Penaltis[editar]
River Plate | 4 x 5 | Cruzeiro |
---|---|---|
Walter Silvani | Paulo Roberto | |
Rubén da Silva | Nonato | |
Ramón Medina Bello | Roberto Gaúcho | |
Gustavo Zapata | Luís Fernando Flores | |
Ramón Díaz | Douglas |
Uniforme do jogo[editar]
Pré-Jogo[editar]
"O Cruzeiro sofreu na Argentina um pesadelo de olhos abertos". Assim definiu o cronista Roberto Drummond sobre os incidentes no estádio Monumental de Nuñez. O prenúncio de que os argentinos tratariam a partida de volta como uma guerra começou com a exigência da diretoria "millonaria" de uma cota de US$ 500 mil (Cr$ 4,2 bilhões) para ceder a transmissão do jogo para o Brasil. A Rede Bandeirantes que transmitia as partidas da Supercopa considerou o valor inviável e os cruzeirenses tiveram que acompanhar o drama do time pelas emissoras de rádio.
Outra medida tomada pela diretora do River foi reduzir os preços dos ingressos para a torcida lotar o estádio. Assim, o preço do setor mais caro no Monumental passou a ter o valor do mais barato: US$ 20 (Cr$ 170 mil). E o bilhete do setor mais barato foi reduzido para US$ 7 (Cr$ 60 mil).
O Cruzeiro solicitou as presenças no estádio do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e da Federação Mineira, Elmer Guilherme, temendo as hostilidades. Durante a semana, os jogadores do Cruzeiro reclamaram do abuso das faltas violentas cometidas pelos jogadores do River na partida, no Mineirão. “Vou colocar caneleiras na parte da frente e de trás das duas pernas”, ironizava o ponta esquerda, Roberto Gaúcho. "Se baterem, vamos bater também", avisava Renato Gaúcho, que sentia a panturrilha e era dúvida para o jogo. "Espero jogar nem que seja gessado!", dizia.
O meia Boiadeiro adiantou, durante a semana, como seria a estratégia para conseguir a classificação. “Eles terão que sair pro jogo em busca dos gols e vamos explorar os contra-ataques. Vamos tocar a bola para irritá-los", avisava.
As hostilidades começaram, assim que o ônibus que levava a delegação do Cruzeiro chegou ao estádio. Foi logo cercado por torcedores do River que tentaram tombá-lo sendo impedidos pela polícia. Na entrada para os vestiários o time foi alvejada por cadeiras. No vestiário atiraram bombas. E quando o time entrou em campo, uma pedra atingiu o nariz do atacante Roberto Gaúcho, que levou três pontos.
No primeiro tempo o Cruzeiro soube administrar a vantagem obtida no Mineirão. O River partiu para o abafa, mas o time estrelado soube explorar os contra-ataques acionando Roberto Gaúcho pelo lado esquerdo. Num dos lances criados pelo ponta, Betinho quase marcou. A partir dos 20 minutos, o Cruzeiro equilibrou o jogo e criou as melhores chances na partida. O zagueiro Cáceres chegou a salvar, em cima da linha, uma bola chutada por Roberto Gaúcho.
O jogo[editar]
Primeiro Tempo[editar]
No primeiro tempo o Cruzeiro soube administrar a vantagem obtida no Mineirão. O River partiu para o abafa, mas o time estrelado soube explorar os contra-ataques acionando Roberto Gaúcho pelo lado esquerdo. Num dos lances criados pelo ponta, Betinho quase marcou. A partir dos 20 minutos, o Cruzeiro equilibrou o jogo e criou as melhores chances na partida. O zagueiro Cáceres chegou a salvar, em cima da linha, uma bola chutada por Roberto Gaúcho.
Segundo Tempo[editar]
No segundo tempo, o Cruzeiro continuou mais perigoso e criou duas chances para abrir o placar. Aos 25 minutos, Roberto Gaúcho quase marcou, mas Cáceres, novamente, salvou o gol tirando a bola em cima da linha. O goleiro Comizzo ainda faria uma bela defesa num chute de Luiz Fernando.
No entanto, o árbitro chileno Henrique Marín entrou em cena nos quinze minutos finais ao aplicar vários cartões amarelos para os jogadores cruzeirenses. Aos 35 minutos, ele expulsou o zagueiro Luizinho pela demora em cobrar um tiro de meta. O treinador Jair Pereira então sacou o meia Betinho e promoveu a entrada de Adilson para recompor a defesa. Mas em seu primeiro lance na partida, Adilson foi atingido violentamente por Da Silva. No lance, o jogador voltaria a fraturar a mesma perna, que o deixou seis meses afastado do futebol. Antes havia sofrido a mesma lesão na decisão da Recopa, em abril, contra o Colo Colo. O meia Boiadeiro levou o cartão vermelho, logo em seguida, ao reclamar de uma agressão sofrida por um jogador do River.
Com oito jogadores em campo, o Cruzeiro recuou em seu campo e resistiu a pressão do River. Mas o árbitro, Henrique Marín assinalou um pênalti inexistente, aos 44 minutos, que foi convertido por Ramón Diaz. Um minuto depois, ele marcaria outra penalidade. Ramon Diaz cobrou, o goleiro Paulo César defendeu, mas o atacante Walter Silvani apanhou o rebote e ampliou para 2 a 0.
O resultado obrigou as equipes a disputarem a vaga na decisão por tiros livres. Ramón Diaz desperdiçou a última cobrança da série do River e o volante Douglas converteu a última do Cruzeiro, que deu a vitória por 5 a 4.
Pós jogo[editar]
Após o apito final, alguns torcedores invadiram o campo e se misturaram aos jogadores do River. A torcida passou a arremessar objetos nos jogadores na saída de campo. Quando se dirigia aos vestiários, o volante Rogério Lage foi agredido por um torcedor e o preparador físico Luiz Inarra revidou. A polícia impediu que uma briga generalizada ocorresse.
Na chegada ao Brasil, o presidente da Federação Mineira, Elmer Guilherme, anunciou que iria a Confederação Sulamericana pedir a interdição do estádio do River e a eliminação de Henrique Marin do quadro de arbitragens. Elmer também criticou a omissão do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que prometeu, mas não compareceu a partida. Roberto Gaúcho relatou a conivência do árbitro chileno. “Os jogadores do River deram socos, cotoveladas e Marin não puniu ninguém”. Devido aos incidentes, o Monumental de Nuñez foi suspenso para jogos internacionais por um período de seis meses.
Diante de todas as circunstâncias, contra tudo e contra todos, o Cruzeiro conquistou sua classificação para a semifinal de forma "monumental".
Vídeos[editar]
Fontes[editar]
- Blog Almanaque do Cruzeiro (desativado)
- Livro Almanaque do Cruzeiro Esporte Clube 1921-2013- RIBEIRO, Henrique - Caxias do Sul-RS: Editora Belas Letras Ltda., 2014. 405