Cruzeiro 5x4 Internacional - 07/03/1976
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Por temporada | |||
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Por Copa Libertadores da América | |||
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No estádio Mineirão | |||
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Contra Internacional | |||
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Data: domingo, 7 de março de 1976 às 17:30
Local: Belo Horizonte, MG
Estádio: Mineirão
Árbitro: Luis Pestarino
Assistente 1: Ramón Barreto
Assistente 2: Juan Silvagno
Público pagante: 65.463
Público Presente: Não disponível
Renda Bruta: Cr$ 793.407,00 R$ 793.407 <br />Cr$ 793.407 <br />NCr$ 793.407 <br />Cz$ 793.407 <br />NCz$ 793.407 <br /> (preço médio: Cr$ 12,12 )
Cruzeiro
1. (T) Raul
9. (T) Nelinho 40' (2T) P
3. (T) Moraes
12. (T) Darci Menezes
6. (T) Vanderlei
8. (T) Zé Carlos 6' (2T)
11. (T) Eduardo Amorim
14. (T) Roberto Batata 20' (2T) ( 4.(R) Isidoro )
7. (T) Jairzinho
5. (T) Palhinha 3' (1T) 10' (1T) 12' (2T)
10. (T) Joãozinho 21' (1T) 18' (2T)
Técnico: Zezé Moreira
Internacional
1. Manga
2. Cláudio Duarte 1' (2T) ( Valdir )
3. Figueroa
4. Hermínio
5. Vacaria
6. Caçapava
7. Falcão
8. Valdomiro 39' (1T)
9. Flávio 19' (2T) ( Ramon 25' (2T) )
10. Escurinho
11. Lula 14' (1T)
Técnico: Rubens Minelli
Como foi[editar]
Primeiro tempo[editar]
- 01 – Darci Menezes falha, Escurinho chuta, Raul Plassmann defende.
- 03 – Joãozinho cruza, Palhinha se antecipa a Figueroa e toca por baixo de Manga. Cruzeiro, 1×0.
- 10 – Nelinho lança da defesa, Figueroa mata no peito, a bola escapa, Palhinha vem por trás e toca para o gol. Cruzeiro, 2×0.
- 14 – Lula recebe de Caçapava na intermediária e dispara um petardo indefensável. Inter, 2×1.
- 21 – Joãozinho intercepta passe de Figueroa para Cláudio, avança até a entrada da pequena área, aplica um drible desconcertante em Figueroa e fuzila Manga. Cruzeiro, 3×1.
- 25 – Jairzinho perde boa chance de gol.
- 32 – Figueroa chuta uma bola no travessão.
- 39 – Lula recebe, vai ao fundo, aplica uma caneta em Morais e cruza para Valdomiro ajeitar e bater rasteiro sem chance para Raul. Inter, 3×2.
Segundo tempo[editar]
- 06 – Falcão lança Valdomiro, que cruza, Zé Carlos tenta cortar e manda contra o próprio gol. Inter, 3×3.
- 12 – Palhinha acerta cotovelada em Figueroa e é expulso.
- 18 – Joãozinho e Jairzinho pressionam Caçapava, Jairzinho fica com a bola, avança e na entrada da área rola para Joãozinho, que de pé direito joga no ângulo oposto de Manga. Cruzeiro, 4×3.
- 23 – Raul defende cabeçada a queima-roupa de Escurinho.
- 25 – Vacaria cruza da esquerda, Escurinho desvia de cabeça para o meio da área e Ramon completa para o gol, também de cabeça.Inter, 4×4.
- 35 – Eduardo dribla dois e solta uma bomba, Manga defende para escanteio.
- 40 – Joãozinho avança, dribla Valdir e é derrubado. Pênalti que Nelinho cobra com violência, deslocando Manga. Cruzeiro, 5×4.
- 45 – Joãozinho dribla dois, chuta por cobertura e Manga desvia para escanteio.[1]
O que foi dito[editar]
Depois do jogo, Zé Carlos foi claro: “Nunca tinha jogado uma partida como esta. Foi emoção demais.”
Em depoimento à Revista do Cruzeiro, duas décadas depois, Osvaldo Faria, comentarista da Rádio Itatiaia, disse: “Foi dramático. Era lá e cá. Uma loucura como nunca vi igual no Mineirão.”
Em sua coluna de televisão em O Globo, Arthur da Távola, comentaria, três dias depois do jogo: “A plenitude daqueles 90 minutos pôde ser vivida no momento em que ocorreu, pois o desfecho não era sabido até o fim da partida. Mesmo assim, apelo daqui à TV Tupi, programe aquele jogo como atração especial um dia desses. É obra de arte. Raras vezes o futebol brasileiro viveu instantes tão maravilhosos. Cruzeiro 5, Internacional 4, teve a eternidade das grandes batalhas. Daquelas que entram na história pela soma das virtudes tornadas encantamento.”[2]
Vídeos[editar]
Fotos[editar]
Jogadores relembram a partida[editar]
Em 7 de março de 1976, Cruzeiro e Internacional fizeram uma partida histórica no Mineirão. Era a estreia na Copa Libertadores daquele ano, e o clube celeste venceu por emocionantes 5 a 4, em dia inspirado do ponta-esquerda Joãozinho. “Essa, sem dúvida, foi uma das melhores atuações da minha carreira”, define o ex-camisa 10.
Em campo, além de dois grandes times, uma das maiores rivalidades da década de 1970. "Podemos dizer que era um clássico. Éramos os melhores times do Brasil e da América do Sul", observa o ex-zagueiro chileno Elias Figueroa. Antes da disputa continental, Cruzeiro e Inter fizeram a decisão do Campeonato Brasileiro de 1975, com vitória colorada por 1 a 0, no Beira-Rio, gol de Figueroa. “Estávamos com eles entalados na garganta, mas havia muito respeito de ambos os lados”, relembra Joãozinho.
Os 65.463 pagantes que compareceram ao Mineirão viram uma partida intensa, com muitas oportunidades de gol. Aos 15 minutos, o placar já indicava 2 a 1 para o Cruzeiro. Logo aos três, Palhinha abriu o placar e ampliou sete minutos depois. Aos 14, Lula diminuiu para o Colorado.
“Esse jogo foi sensacional. Lembro-me de gol saindo de um lado, gol saindo de outro. Acredito que o equilíbrio foi dominante”, conta Joãozinho, que participou de quatro dos cinco gols do Cruzeiro.
O gol mais bonito da partida ocorreu aos 21 minutos da etapa inicial. Joãozinho roubou a bola, partiu para cima de Figueroa com uma pedalada, deixou o defensor na saudade e marcou um golaço. O zagueiro chileno, eleito o melhor jogador da América em três oportunidades, admite que essa foi a pior partida de sua vitoriosa carreira.
“Individualmente, foi muito infeliz para mim. Errei em vários lances capitais. Tudo que eu procurava fazer não dava certo”, conta Figeroa, que recorda com saudosismo dos jogos importantes disputados no Mineirão. “Lembro-me do estádio grandioso, vivia lotado” , resume.
Valdomiro e Zé Carlos, contra, empataram a partida para o Internacional. Aos 18 minutos, Joãozinho desempatou. “Aquele foi um dia inspirado do Joãozinho. Uma das melhores partidas que presenciei de um jogador”, avalia Figueroa.
Para parar o craque celeste, o então técnico do Colorado, Rubens Minelli, sacou o lateral Cláudio, que já tinha recebido o cartão amarelo, e colocou Valdir. O cenário pelo lado direito da defesa gaúcha não se alterou.
Por outro lado, bem ofensivamente, o Inter voltaria a empatar com Ramon. Já no fim da partida, o lance que decidiu o jogo. Joãozinho entrou driblando e foi derrubado na área. Nelinho marcou o gol da vitória. “O Minelli cobrou o Valdir por causa do pênalti. O Valdir respondeu que estava confuso após levar tantos dribles do Joãozinho e não sabia bem ao certo se estava dentro ou fora da área”, conta Figueroa.
“A vitória sobre o Internacional nos deu ainda mais certeza de que poderíamos conquistar a Libertadores. Depois, na final pegamos outra pedreira, o River Plate, que era a base da Seleção Argentina da Copa do Mundo de 1978. Fizemos uma bela campanha e fomos campeões”, conta Joãozinho, o nome daquela inesquecível partida.[3]
Referências[editar]