Cruzeiro 5x4 Internacional - 07/03/1976

De CruzeiroPédia .:. A História do Cruzeiro Esporte Clube


Confrontos
(clique no jogo para navegar)
Por temporada
Escudo Cruzeiro BH.png 1x0 Escudo Atlético-MG 1970.png Gol aos do Escudo Sportivo Luqueño.png 1x3 Escudo Cruzeiro BH.png
Por Copa Libertadores da América
Escudo Independiente.png 3x0 Escudo Cruzeiro BH.png Gol aos do Escudo Sportivo Luqueño.png 1x3 Escudo Cruzeiro BH.png
No estádio Mineirão
Escudo Cruzeiro BH.png 1x0 Escudo Atlético-MG 1970.png Gol aos do Escudo Cruzeiro BH.png 4x1 Escudo Sportivo Luqueño.png
Contra Internacional
Escudo Internacional 1977.png 1x0 Escudo Cruzeiro BH.png Gol aos do Escudo Internacional 1977.png 0x2 Escudo Cruzeiro BH.png

[edit]

Escudo Cruzeiro BH.png
5 × 4
Escudo Internacional 1977.png

1ª rodada - 1ª fase da Copa Libertadores da América 1976


Informações

Data: domingo, 7 de março de 1976 às 17:30
Local: Belo Horizonte, MG
Estádio: Mineirão

Árbitro: Luis Pestarino
Assistente 1: Ramón Barreto
Assistente 2: Juan Silvagno


Público e Renda

Público pagante: 65.463
Público Presente: Não disponível
Renda Bruta: Cr$ 793.407,00 R$ 793.407 <br />Cr$ 793.407 <br />NCr$ 793.407 <br />Cz$ 793.407 <br />NCz$ 793.407 <br /> (preço médio: Cr$ 12,12 )


Escalações

Cruzeiro
  1. (T) Raul
  9. (T) Nelinho  Gol aos 40 do 40' (2T) P
  3. (T) Moraes
12. (T) Darci Menezes
  6. (T) Vanderlei
  8. (T) Zé Carlos Cartão amarelo recebido aos  (1)  aos 6 do  (2T) 6'  (2T)
11. (T) Eduardo AmorimSimbolo jogador base.png
14. (T) Roberto BatataSimbolo jogador base.png Substituição realizada 20' (2T) de jogo 20' (2T) ( 4.(R) Isidoro Simbolo jogador base.png )
  7. (T) Jairzinho
  5. (T) PalhinhaSimbolo jogador base.png Cartão amarelo recebido aos  (1) Gol aos 3 do  (1T) 3'  (1T) Gol aos 10 do  (1T) 10'  (1T)  Cartão vermelho recebido aos 12  (2T) 12'  (2T)  
10. (T) JoãozinhoSimbolo jogador base.png  Gol aos 21 do  (1T) 21'  (1T) Gol aos 18 do  (2T) 18'  (2T)
Técnico: Icone-Treinador.png Zezé Moreira

Internacional
  1. Manga
  2. Cláudio Duarte Substituição realizada 1' (2T) de jogo 1' (2T) ( Valdir )
  3. Figueroa Cartão amarelo recebido aos
  4. Hermínio Cartão amarelo recebido aos
  5. Vacaria Cartão amarelo recebido aos
  6. Caçapava
  7. Falcão
  8. Valdomiro Gol aos 39 do  (1T) 39'  (1T)
  9. Flávio Substituição realizada 19' (2T) de jogo 19' (2T) ( Ramon Gol aos 25 do  (2T) 25'  (2T) )
10. Escurinho
11. Lula Gol aos 14 do  (1T) 14'  (1T)
Técnico: Rubens Minelli


Reservas que não entraram na partida

Como foi[editar]

Primeiro tempo[editar]

  • 01 – Darci Menezes falha, Escurinho chuta, Raul Plassmann defende.
  • 03 – Joãozinho cruza, Palhinha se antecipa a Figueroa e toca por baixo de Manga. Cruzeiro, 1×0.
  • 10 – Nelinho lança da defesa, Figueroa mata no peito, a bola escapa, Palhinha vem por trás e toca para o gol. Cruzeiro, 2×0.
  • 14 – Lula recebe de Caçapava na intermediária e dispara um petardo indefensável. Inter, 2×1.
  • 21 – Joãozinho intercepta passe de Figueroa para Cláudio, avança até a entrada da pequena área, aplica um drible desconcertante em Figueroa e fuzila Manga. Cruzeiro, 3×1.
  • 25 – Jairzinho perde boa chance de gol.
  • 32 – Figueroa chuta uma bola no travessão.
  • 39 – Lula recebe, vai ao fundo, aplica uma caneta em Morais e cruza para Valdomiro ajeitar e bater rasteiro sem chance para Raul. Inter, 3×2.

Segundo tempo[editar]

  • 06 – Falcão lança Valdomiro, que cruza, Zé Carlos tenta cortar e manda contra o próprio gol. Inter, 3×3.
  • 12 – Palhinha acerta cotovelada em Figueroa e é expulso.
  • 18 – Joãozinho e Jairzinho pressionam Caçapava, Jairzinho fica com a bola, avança e na entrada da área rola para Joãozinho, que de pé direito joga no ângulo oposto de Manga. Cruzeiro, 4×3.
  • 23 – Raul defende cabeçada a queima-roupa de Escurinho.
  • 25 – Vacaria cruza da esquerda, Escurinho desvia de cabeça para o meio da área e Ramon completa para o gol, também de cabeça.Inter, 4×4.
  • 35 – Eduardo dribla dois e solta uma bomba, Manga defende para escanteio.
  • 40 – Joãozinho avança, dribla Valdir e é derrubado. Pênalti que Nelinho cobra com violência, deslocando Manga. Cruzeiro, 5×4.
  • 45 – Joãozinho dribla dois, chuta por cobertura e Manga desvia para escanteio.[1]

O que foi dito[editar]

Depois do jogo, Zé Carlos foi claro: “Nunca tinha jogado uma partida como esta. Foi emoção demais.”

Em depoimento à Revista do Cruzeiro, duas décadas depois, Osvaldo Faria, comentarista da Rádio Itatiaia, disse: “Foi dramático. Era lá e cá. Uma loucura como nunca vi igual no Mineirão.”

Em sua coluna de televisão em O Globo, Arthur da Távola, comentaria, três dias depois do jogo: “A plenitude daqueles 90 minutos pôde ser vivida no momento em que ocorreu, pois o desfecho não era sabido até o fim da partida. Mesmo assim, apelo daqui à TV Tupi, programe aquele jogo como atração especial um dia desses. É obra de arte. Raras vezes o futebol brasileiro viveu instantes tão maravilhosos. Cruzeiro 5, Internacional 4, teve a eternidade das grandes batalhas. Daquelas que entram na história pela soma das virtudes tornadas encantamento.”[2]

Vídeos[editar]

Gols do jogo
Documentário SportTV Completo
Vídeo da RBS, emissora gaúcha, com comentários de Cláudio Duarte e Vacaria, que atuaram na partida e do jornalista Ruy Carlos Ostermann, entremeados por fotos do jogo. Tem erros factuais, mas vale a pena por mostrar a visão do adversário.

Fotos[editar]

Matéria sobre a partida

Jogadores relembram a partida[editar]

Em 7 de março de 1976, Cruzeiro e Internacional fizeram uma partida histórica no Mineirão. Era a estreia na Copa Libertadores daquele ano, e o clube celeste venceu por emocionantes 5 a 4, em dia inspirado do ponta-esquerda Joãozinho. “Essa, sem dúvida, foi uma das melhores atuações da minha carreira”, define o ex-camisa 10.

Em campo, além de dois grandes times, uma das maiores rivalidades da década de 1970. "Podemos dizer que era um clássico. Éramos os melhores times do Brasil e da América do Sul", observa o ex-zagueiro chileno Elias Figueroa. Antes da disputa continental, Cruzeiro e Inter fizeram a decisão do Campeonato Brasileiro de 1975, com vitória colorada por 1 a 0, no Beira-Rio, gol de Figueroa. “Estávamos com eles entalados na garganta, mas havia muito respeito de ambos os lados”, relembra Joãozinho.

Os 65.463 pagantes que compareceram ao Mineirão viram uma partida intensa, com muitas oportunidades de gol. Aos 15 minutos, o placar já indicava 2 a 1 para o Cruzeiro. Logo aos três, Palhinha abriu o placar e ampliou sete minutos depois. Aos 14, Lula diminuiu para o Colorado.

“Esse jogo foi sensacional. Lembro-me de gol saindo de um lado, gol saindo de outro. Acredito que o equilíbrio foi dominante”, conta Joãozinho, que participou de quatro dos cinco gols do Cruzeiro.

O gol mais bonito da partida ocorreu aos 21 minutos da etapa inicial. Joãozinho roubou a bola, partiu para cima de Figueroa com uma pedalada, deixou o defensor na saudade e marcou um golaço. O zagueiro chileno, eleito o melhor jogador da América em três oportunidades, admite que essa foi a pior partida de sua vitoriosa carreira.

“Individualmente, foi muito infeliz para mim. Errei em vários lances capitais. Tudo que eu procurava fazer não dava certo”, conta Figeroa, que recorda com saudosismo dos jogos importantes disputados no Mineirão. “Lembro-me do estádio grandioso, vivia lotado” , resume.

Valdomiro e Zé Carlos, contra, empataram a partida para o Internacional. Aos 18 minutos, Joãozinho desempatou. “Aquele foi um dia inspirado do Joãozinho. Uma das melhores partidas que presenciei de um jogador”, avalia Figueroa.

Para parar o craque celeste, o então técnico do Colorado, Rubens Minelli, sacou o lateral Cláudio, que já tinha recebido o cartão amarelo, e colocou Valdir. O cenário pelo lado direito da defesa gaúcha não se alterou.

Por outro lado, bem ofensivamente, o Inter voltaria a empatar com Ramon. Já no fim da partida, o lance que decidiu o jogo. Joãozinho entrou driblando e foi derrubado na área. Nelinho marcou o gol da vitória. “O Minelli cobrou o Valdir por causa do pênalti. O Valdir respondeu que estava confuso após levar tantos dribles do Joãozinho e não sabia bem ao certo se estava dentro ou fora da área”, conta Figueroa.

“A vitória sobre o Internacional nos deu ainda mais certeza de que poderíamos conquistar a Libertadores. Depois, na final pegamos outra pedreira, o River Plate, que era a base da Seleção Argentina da Copa do Mundo de 1978. Fizemos uma bela campanha e fomos campeões”, conta Joãozinho, o nome daquela inesquecível partida.[3]

Referências[editar]